sábado, 27 de abril de 2013

1º ANO SIMULADO DE FILOSOFIA QUESTÕES DE 1 A 26 GABARITO NO FINAL


QUESTÃO 01 

Leia o texto e responda à pergunta a seguir. 
"Muitas têm sido as explicações das causas históricas para a origem da filosofia na Jônia. Alguns consideram que as navegações e as transformações técnicas tiveram o poder de desencantar o mundo e forçar o surgimento de explicações racionais sobre a realidade. Outros enfatizam a invenção do calendário (tempo abstrato), da moeda (signo abstrato para a ação de troca) e da escrita alfabética (transcrição abstrata da palavra e do pensamento), que teriam propiciado o desenvolvimento da capacidade de abstração dos gregos, abrindo caminho para a filosofia. Sem dúvida, esses fatores foram importantes e não podem ser desconsiderados e minimizados, mas não foram os principais" (CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia - dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994 - p. 35).
 
A principal determinação histórica para o nascimento da filosofia é
 
(A) política: o nascimento, simultâneo a ela, da Cidade-Estado, isto é, da polis, pois, com esta, desaparece a figura que foi a do antecessor do filósofo, o Mestre da Verdade (o poeta, o adivinho e o rei-da-justiça).
 
(B) ética: na Grécia arcaica a palavra verdadeira ou alétheia nasce simultaneamente à filosofia, pois é esta palavra eficaz que dá origem ao logos em oposição à dóxa.
 
(C) mitológica: o nascimento, simultâneo a ela, do oráculo de Delfos, marcando, de forma decisiva, a vinculação entre a filosofia e mitologia.
 
(D) épica: o nascimento, simultâneo a ela, de uma nova classe de homens, aqueles que têm direito à palavra, os guerreiros; no entanto, não se trata mais daquela palavra religiosa, solitária e unilateral, própria dos iniciados, mas sim da palavra compartilhada, dita em público, de maneira leiga e humana.
 
(E) teórica: a filosofia nasce da contemplação desinteressada, ela é simultânea ao nascimento da ontologia ou metafísica, isto é, à pretensão do logos em atingir o universal (o Ser).
 
QUESTÃO 02 

O fato científico 
(A) consiste em um método de interpretação conceitual-filosófico, posterior ao procedimento analítico.
 
(B) é o procedimento analítico por excelência das ciências humanas, encarregado de vincular os elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno.
 
(C) ou o objeto científico são dados empíricos espontâneos de nossa experiência cotidiana, arrolados pelos cientistas para verificação e classificação estatísticas.
 
(D) ou o objeto científico são dados empíricos construídos pela investigação científica.
 
(E) demonstra, prova e prevê uma teoria científica.
 
QUESTÃO 03 

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) O trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo.
 
( ) Admiração e espanto são atitudes filosóficas que significam: tomamos distância do nosso mundo costumeiro e, mediante nosso pensamento, como se estivéssemos acabando de nascer para o mundo e para nós mesmos, perguntamos o que é, por que é, e como é o mundo.
 
( ) A Filosofia pode ser considerada Ciência, é assim desde a antiguidade clássica; ambas trabalham com enunciados rigorosos, buscam encadeamento lógico entre os enunciados, operam com conceitos obtidos por procedimentos de demonstração e prova. Por isso, a Filosofia, assim como as Ciências, exige a fundamentação racional e sistemática do que é enunciado e pensado.
 
( ) A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de questões: O que é pensar, falar e agir? E elas pressupõem a seguinte pergunta: nossas crenças cotidianas são ou não são um saber verdadeiro, um conhecimento?
 
( ) A atitude científica depende de nossos saberes cotidianos, por isso, ela não se distingue da atitude costumeira ou do senso comum. Não podemos negar ao menos duas características pressupostas a ambas as atitudes: objetividade - isto é, procuram as estruturas necessárias das coisas investigadas - e generalização - tendem a reunir numa ideia coisas e fatos julgados semelhantes, procurando estabelecer relações de causa e efeito.
 
(A) V - V - F - V - F. 
(B) F - V - V - V - V.
 
(C) F - V - F - F - F.
 
(D) V - F - V - V - V.
 
(E) V - F - F - V - V. 

QUESTÃO 04 

Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) No Mito da Caverna, de Platão, aquele que atingiu a contemplação da luz e saiu da caverna, o filósofo, deve a ela retornar para libertar aqueles que ficaram e têm as sombras como única realidade. Esse retorno é voluntário e é aqui que podemos inserir a pergunta pela função social do filósofo: a interferência no social, simbolizada pela volta à caverna, caracteriza-se principalmente pela educação.
 
( ) É interessante notar que, ao contrário de Sócrates, e mesmo ao contrário de Platão, Descartes não manifesta nenhuma intenção expressa de interferência na sociedade. A partir da certeza absoluta de que encontrou o método e o fundamento da verdadeira filosofia, trata apenas de desenvolver seu sistema na solidão de seu retiro holandês. E, no entanto, em termos da significação da sua obra, mesmo de sua atitude filosófica, o que temos nele são simplesmente os fundamentos da civilização moderna.
 
( ) Sabemos que o Brasil é um país com uma débil tradição filosófica. Desde sua implantação, em meados do século XVIII, a filosofia foi ensinada de forma dogmática, carregada de uma forte filosofia tomista - tanto no ensino médio quanto posteriormente nas universidades. Dessa forma, o papel social do filósofo brasileiro tem sido, desde sua origem, meramente pedagógico, sem nenhuma envergadura política de peso.
 
( ) Lemos claramente nos PCNs (1999) que a função social do filósofo no ensino médio é formar futuros filósofos. Essa proposta parte do pressuposto de que o ensino médio deve ser uma transposição reduzida do currículo acadêmico. No entanto, esse documento é enfático em afirmar que, ainda que se deva partir dos conhecimentos acadêmicos, deve-se evitar o academicismo.
 
(A) F - V - F - V. 
(B) V - V - F - F.
 
(C) F - V - V - V.
 
(D) V - F - F - F.
 
(E) V - V - F - V. 
QUESTÃO 05

O Método Dedutivo nasce com René Descartes e progressivamente vai sendo utilizado por todos os campos do saber. Embora sua definição seja aparentemente fácil, equívocos podem ser cometidos em sua conceituação. Das características ou definições do Método Dedutivo, a partir de Descartes, marque somente a incorreta: 
a) Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa.
 
b) É um método que utiliza variações do pensamento para fazer afirmações supostamente verdadeiras dentro de um contexto, tópico, assunto ou colocação.
 
c) É um método que parte do geral para o particular para descobrir verdades não explicitadas.
 
d) Em certo sentido, o método dedutivo segue um caminho inverso ao do método indutivo.
 
Leia o texto para responder às questões de números 40 e 41. 
"A caverna (...) é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem mover-se com engenho no interior das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A Paideia filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver." [Marilena Chauí]
 

QUESTÃO 06
De acordo com o texto, pode-se afirmar que: 
a) O conhecimento filosófico é o único que pressupõe o acesso ao mundo sensível.
 
b) Filosofar é um instrumento de alienação para quem sai da caverna.
 
c) O filósofo, por sua busca, tem uma visão mais abrangente do conhecimento.
 
d) A unidade da verdade não permite divagações metafísicas.
 
QUESTÃO 07
Ainda sobre o texto, pode-se afirmar que: 
a) O processo de esclarecimento por meio da filosofia pressupõe a iluminação das coisas sensíveis pelos fabricadores de ilusões.
 
b) A Paideia filosófica é um processo de dissolução de preconceitos e de ideias ligadas ao senso comum.
 
c) A alegoria da caverna não se adequa às realidades contemporâneas.
 
d) Convidar as pessoas para saírem da caverna é um contrassenso, pois somente o filósofo pode sair da caverna.
QUESTÃO 08 
Sobre as relações entre Ciência e Senso Comum, marque a alternativa FALSA, ou seja, aquela que não descreve adequadamente essa relação ou alguns de seus termos. 
a) "O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência (...), por dezenas de milhares de anos os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse a essa nossa ciência".
 
b) "O bom senso [ou senso comum] é simplesmente o depósito intelectual indiferenciado resultante da série de experiências fecundas da espécie, do grupo social e do indivíduo, que se transmite em forma não-sistemática, por herança racional, e não em caráter de conhecimento refletido".
 
c) "O senso comum é marcado pela falta de qualquer conteúdo racional, não se constituindo em nenhum momento uma construção cognitiva válida. A ciência representa uma ruptura radical com o senso comum, ao substituí-lo por uma compreensão do real racionalmente construída. O senso comum é irracional e a ciência representa a racionalidade do ser humano".
 
d) "Enquanto o saber comum observa um fato a partir do conjunto de dados sensíveis que formam a nossa percepção imediata, pessoal e efêmera do mundo, o fato científico é um fato abstrato, isolado do conjunto em que se encontra normalmente inserido e elevado a um grau de generalidade (...). Isso supõe uma capacidade de racionalização dos dados recolhidos, que nunca aparecem como dados brutos, mas sempre passíveis de interpretação".
 
e) "A ciência não é um órgão novo do conhecimento. A ciência é a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização [na ciência] é conhecer cada vez mais de cada vez menos. [Nesse sentido], a aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. Só podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe".
QUESTÃO 09 

Sobre a caracterização, conceituação e importância da Filosofia na contemporaneidade, marque a alternativa FALSA.
 
a) "A filosofia, contrariamente às diversas ciências, não pretende explicar fatos. [Da perspectiva dos filósofos] a questão "O que é, em geral, um fato?" é, ao contrário, um verdadeiro problema. Mesmo que um filósofo chegue a elucidar, a seu modo, a noção de "fato", não terá contudo determinado nenhum fato que pudesse explorar, à maneira do cientista".
 
b) "Aceitar o pluralismo como condição inelutável da filosofia não é resignar-se a um ecletismo bendito. Reconhece-se, então, simplesmente que a própria ideia de trabalho filosófico marcado estilisticamente conduz a aceitar a presença simultânea e a permanência, no tempo, de sistemas irreconciliáveis entre si e que não poderiam mutuamente se refutar do exterior, por assim dizer. Cada um deles só pode ser realmente atacado, modificado, transformado do interior".
 
c) "Uma filosofia que não integre ou integre mal no seu sistema de significados uma etapa suficientemente contemporânea de ciência, não poderia satisfazer-nos totalmente. (...) Observaremos, a propósito disso, que nenhuma das grandes filosofias do passado furtou-se à necessidade de assimilar um sentido - mesmo minimizado - à obra científica. Do ponto de vista que apresentamos, uma filosofia da ciência aparece, pois, não como elemento determinante e dominador, mas certamente como elemento crítico e revelador, como um dos pontos mais sensíveis cuja exploração pode revelar, melhor que outros, o grau de validade de um conhecimento científico".
 
d) "Se nós considerarmos que a filosofia é, em primeiro lugar, um trabalho para transformar uma experiência imediatamente vivida numa experiência compreendida e, portanto, a filosofia é um trabalho para transformar uma experiência em um saber a respeito dessa mesma, o campo da filosofia é vastíssimo. É o campo de todas as experiências possíveis...".
 
e) "O trabalho filosófico é um trabalho essencialmente técnico, na medida em que exige formação técnica específica para ser levado a cabo em sua especificidade epistêmica. Assim como a ciência, a filosofia representa uma ruptura integral com as determinações do senso comum, escapando da dimensão existencial e alçando voo para um patamar reflexivo marcado pela completa neutralidade e a-historicidade de suas formulações".
 

Leia o fragmento para responder às questões 10 E 11.
 
"Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas que, quando falava, exercia estranho fascínio. Procurado pelos jovens, passava horas discutindo na praça pública. Interpelava os transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas aos que julgavam entender determinado assunto: "O que é a coragem e a covardia?", "O que é a beleza?", "O que é a justiça?", "O que é a virtude?". Desse modo, Sócrates não fazia preleções, mas dialogava. Ao final, o interlocutor concluía não haver saída senão reconhecer a própria ignorância. A discussão tomava outro rumo, na tentativa de explicitar melhor o conceito". (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia, 2009, p.21).
QUESTÃO 10 

A partir do fragmento acima exposto, é correto afirmar sobre o pensamento socrático:
 
I. que se define enquanto saber inacabado, porque é dinâmico e está em construção;
 
II. que é por natureza dogmático, já que o próprio Sócrates é detentor de um saber;
 
III. que não faz de Sócrates "um ser que ilumina", já que o caminho por ele proposto é o da discussão intersubjetiva e dialogal.
 
É correto o que se afirma em
 
(A) I e III, apenas.
 
(B) I, II, e III.
 
(C) II e III, apenas.
 
(D) I e II, apenas.
 
QUESTÃO 11
Por meio do diálogo, Sócrates construía com seus interlocutores uma relação pautada em perguntas, respostas e novas perguntas. Tal método também ficou conhecido como maiêutica, e sobre ele é correto afirmar que 
(A) tem como finalidade uma conclusão efetiva, ainda que seu interlocutor não abandone a doxa.
 
(B) a verdade descoberta por seu interlocutor consiste em uma novidade ontológica.
 
(C) enquanto dizia saber apenas que não sabia, Sócrates propunha o "não saber" como termo à sua filosofia.
 
(D) possibilitava Sócrates ajudar seus interlocutores a dar à luz ideias que já estavam neles.
 
QUESTÃO 12
Muito já se disse acerca das relações entre mito e filosofia. Há aqueles, como o inglês Francis Macdonald Cornford, que, ainda que tenham suas diferenças, há vínculos do mito na filosofia. Porém, ao contrário desta teoria da continuidade, estudiosos do assunto, como Jean-Pierre Vernant, defendem a ruptura entre mito e filosofia. 
Considerada esta última hipótese, pode-se afirmar que a ruptura entre mito e filosofia se dá porque
 
(A) o mito tem caráter cosmológico, enquanto a filosofia explica o universo a partir de bases racionais.
 
(B) a inteligibilidade do mito é dada, enquanto a filosofia busca a definição rigorosa de conceitos.
 
(C) o mito possui uma relação crítica com seu conteúdo, enquanto a filosofia jamais é crítica de si mesma.
 
(D) o mito é narrativo, enquanto que a filosofia é descritiva.
 

QUESTÃO 13

Sobre as origem da Filosofia, é correto afirmar: 
a. (  ) Surgiu na Grécia, em torno do século VI a.C., quando os gregos perceberam que as explicações míticas não eram suficientes para explicar os fenômenos da natureza.
 
b. ( ) Está relacionada com as conquistas gregas do Oriente por Alexandre Magno, em torno do século III a.C., e o fenômeno denominado Helenismo pelos conquistadores.
 
c. ( ) Tornou-se uma disciplina de reflexão e crítica proporcionada pela conquista da Grécia pelos romanos, em torno do século II a.C., e a transferências de sábios para a cidade de Roma.
d. ( ) Está vinculada à publicação do livro a República de Platão, em torno do século IV a.C., quando as diferentes formas de conhecimento foram impressas em pergaminhos.
 
e. ( ) Surgiu com os primeiros relatos do historiador Heródoto, em torno do século V a.C., ao refletir sobre o significado da vitória contra os persas na Batalha de Maratona.
 
QUESTÃO 14
"Quem são os verdadeiros filósofos? Aqueles que amam a verdade" (Platão). 
"A crença forte só prova a sua força, não há a verdade daquilo em que se crê" (Nietzsche).
 
"Não há verdade primeira, só há erros primeiros" (Bachelard).
 
Para a atitude crítica ou filosófica, a verdade nasce da decisão e da deliberação de encontrá-la, da consciência da ignorância, do espanto, da admiração e do desejo de saber. Nessa busca, a Filosofia é herdeira de três grandes concepções da verdade:
 
a) Evidência - conservador - verificação.
 
b) Dogmática - sintaxe - semântica.
 
c) Prática-coerência - juízo-real - uso-valor.
 
d) Ver-perceber - falar-dizer - crer-confiar.
 

QUESTÃO 15
Em filosofia, o conceito de "mundos possíveis" é usado para expressar: 
a) Princípios de permanência e transformação.
 
b) Dependências e processos sociais (trabalho e facticidade).
 
c) Modalidades (possibilidade, necessidade e contingência).
 
d) Ideologia, identidade e utopia.
 
QUESTÃO 16

Filósofo, matemático e fisiologista, o francês René Descartes é considerado o pai da matemática e da filosofia moderna. Em 1637, publica três pequenos tratados científicos: A Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria, mas o prefácio dessas obras é que faz seu futuro reconhecimento: o Discurso sobre o método. O propósito inicial era encontrar um método seguro que o conduzisse a verdade indubitável. Assinale a opção correta quanto as quatro regras básicas do método. 
A) 1º Da dúvida/evidência / 2º Da divisão/simplificação / 3º Revisão/exatidão/ 4º Do ordenamento/enumeração
 
B) 1º Princípio: Da dúvida/evidência / 2° consistia em dividir cada uma das dificuldades que examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para melhor as resolver. 3º Princípio: do ordenamento/enumeração / 4° consistia em fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir.
 
C) 1° Nunca aceitar coisa alguma por verdadeira, sem que a conhecesse evidentemente como tal/ 2° consistia em conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais complexos, não deixando de supor certa ordem entre aqueles que não se sucedem naturalmente uns aos outros/ 3º Princípio: Da divisão/simplificação / 4º Princípio: Revisão/exatidão.
 
D) 1° Consistia em fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir / 2º Da divisão/simplificação / 3º Revisão/exatidão / 4° consistia em conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais complexos, não deixando de supor certa ordem entre aqueles que não se sucedem naturalmente uns aos outros.
 
E) 1º Da dúvida/evidência/ 2° consistia em dividir cada uma das dificuldades que examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para melhor as resolver/ 3º Da divisão/simplificação / 4º Do ordenamento/enumeração.
 
QUESTÃO 17
"O principio primordial deveria ser algo que transcendesse os limites do observável, ou seja, não se situaria em uma realidade ao alcance dos sentidos, como a água, seria, portanto, o indeterminado...". 
HÂTELET, História da filosofia.
 
"a filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisália, está contido o pensamento: "Tudo é um"."
 
NIETZSCHE, A filosofia na época trágica dos gregos.
 
"Como nossa alma, que é o ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém".
 
Pré-socráticos.
 
No vasto mundo grego, a filosofia teve como berço a cidade de Mileto. Caracterizada por múltiplas influencias culturais e por um rico comércio, Mileto abrigou os três primeiros pensadores da história ocidental, que tentaram descobrir, com base na razão e não na mitologia, o principio substancial. Sendo assim, a partir dos conhecimentos sobre a filosofia Pré-socrática, os trechos acima se referem respectivamente aos filósofos:
 
A) Anaxímenes, Tales e Anaximandro.
 
B) Anaxímenes, Anaximandro e Tales.
 
C) Anaximandro, Tales e Parmênides.
 
D) Anaxímenes, Tales e Parmênides.
 
E) Anaximandro, Tales e Anaxímenes.
 

QUESTÃO 18
O momento histórico da passagem do mito ao nascimento da filosofia da Grécia antiga teve como um dos fatores a: 
A) A condição geográfica do território grego proporcionou a expansão em direção ao exterior, favorecendo o comercio marítimo, contribuindo para o processo de desmistificação.
 
B) A reinvenção de uma escrita, estimulando o pensamento crítico, enquanto as leis escritas foram responsáveis pela permanência no poder da classe rica já existente.
 
C) A organização política relacionada aos limites geográficos do território grego permitiu a formação de um grande e único império.
 
D) O ambiente da polis estimulava o debate em praça publica, fazendo nascer a política e o cidadão, mesmo sendo suas decisões ainda sob o poder da vontade dos deuses.
 
E) Todas as alternativas anteriores estão corretas
 
QUESTÃO 19

O mito é a forma mais remota de crença, narrativas sobre a origem do mundo, dos homens e das coisas da natureza. Sobre o mito, assinale a alternativa INCORRETA.
 
A) Procura explicar de forma abstrata, uma realidade "misteriosa" para o homem.
 
B) O mito está impregnado do desejo humano de afugentar a insegurança, os temores e a angustia diante do desconhecido.
 
C) O mito formava para os gregos um sistema fácil, onde os fenômenos naturais ocorrem de forma objetiva.
 
D) Explica a realidade, como também acomoda e tranquiliza o ser humano em seu mundo assustador.
 
E) O mito grego "As moiras", eram as divindades irmãs que regulavam a duração da vida dos seres humanos desde o nascimento até a morte.
 
QUESTÃO 20

Quanto ao pensamento filosófico ou simplesmente o filosofar, nasce do desejo de perguntar, de conhecer, de investigar, de encontrar soluções que o incentivem o homem a evoluir, sendo assim podemos afirmar que a filosofia: 
A) Interessa-se pela própria inteligência e pela realidade de uma forma geral
 
B) Não se satisfaz apenas com os resultados apresentados pelas ciências e sempre procura ir além, mas sem discutir com seus propósitos políticos e sociais.
 
C) Usa-se de argumentos por vezes inválidos para justificar seus conhecimentos
 
D) Tem como método também utilizado, as opiniões pessoais.
 
E) Todas as alternativas anteriores estão incorretas
 

QUESTÃO 21

Observe o exemplo: 
O mercúrio é um metal.
 
Ora, o mercúrio não é sólido.
 
Logo, algum metal não é sólido.
 
O exemplo é uma argumentação composta por três proposições, em que a ultima, a conclusão, derivam logicamente das duas anteriores, chamadas de premissas.
 
Aristóteles denomina esse tipo de argumento como:
 
A) Silogismo
 
B) Dedução
 
C) Inferência
 
D) Sofisma
 
E) Analogia
 
QUESTÃO 22
Descartes inicia sua obra filosófica fazendo um balanço de tudo o que sabia, ao final, conclui que tudo quanto aprendera tudo quanto sabia e tudo quanto conhecera pela experiência era duvidoso e incerto e acaba não aceitando nenhum dos conhecimentos aprendidos, a menos que pudesse provar racionalmente que eram certos e dignos de confiança. Enfim, submete todos os conhecimentos existentes em sua época e os seus próprios a um exame crítico que ficou conhecido como: 
A) Duvida metódica
 
B) Duvida socrática
 
C) Duvida existente
 
D) Duvida filosófica
 
E) Duvida existente
 
QUESTÃO 23

As indagações fundamentais da atitude filosófica e da reflexão filosófica não se realizam ao acaso. A filosofia não é feita de "achismos" nem é pesquisa de opinião à maneira dos meios de comunicação de massa. As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático. Sabendo disso, é correto afirmar que o conhecimento filosófico é um trabalho intelectual onde: 
A) As respostas estejam relacionadas entre si e esclareçam umas às outras
 
B) Contenta-se exclusivamente em obter respostas para as questões que se apresentam
 
C) As respostas formem conjuntos coerentes de ideias
 
D) As respostas sejam provadas e demonstradas racionalmente
 
E) As respostas formem conjuntos coerentes de significações
 

QUESTÃO 24

Ao se estudar filosofia, somos levados a buscar o que ela é e descobrimos que não há apenas uma definição de filosofia, mas várias. Considerando as concepções de filosofia existentes é correto afirmar que: 
I - Platão mostra que o espanto é a fonte da dúvida e que muitas vezes é causado de forma natural ou de forma forçada causada pelo próprio filósofo que deseja abrir uma discussão sobre o assunto a ser tratado.
 
II - Aristóteles mostra que os homens vão à busca de sabedoria e que quando começam a filosofar se deparam com a dúvida deixando-os perplexos diante das dificuldades, mas que com passar do tempo, vão conseguir enfrentar problemas bem maiores do que aqueles que os deixaram perplexos no início.
 
III - Descartes mostra que nós precisamos desconfiar de tudo que pode nos causar alguma dúvida e que nos devemos considerar que coisas que nos parecem verdadeiras podem ser certas e mais fáceis de desvendar.
 
IV - Kant mostra que o filosofar só é possível quando exercitando a razão, fazendo-a seguir os princípios universais.
 
A) As afirmativas I,II e III estão corretas.
 
B) As afirmativas II e IV estão corretas
 
C) As afirmativas I, III e IV estão corretas
 
D) As afirmativas I e IV estão corretas
E) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. 

QUESTÃO 25

"A Filosofia é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, a partir da análise dos pressupostos do pensar e do agir e, portanto, como fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas." (Fonte: MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio Mais (PCN+EM)). Sobre a reflexão crítica, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) A Filosofia indaga sobre o significado e realidade das coisas.
 
b) A Filosofia questiona como as coisas e a realidade se estruturam.
 
c) A Filosofia pergunta o que são as coisas, suas origens, causas e efeitos.
 
d) A Filosofia é um processo de reflexão, um "conhece-te a ti mesmo".
 
e) Para a Filosofia não é necessário compreender nossa capacidade de conhecer.
 
QUESTÃO 26
"A reflexão filosófica é o movimento pelo qual o pensamento, examinando o que é pensado por ele, volta-se para si mesmo como fonte desse pensamento" (CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2005, p. 20). A esse respeito assinale a alternativa INCORRETA. 
a) A reflexão filosófica é radical, isso significa que ela vai à raiz do problema.
 
b) A base da reflexão filosófica encontra-se exclusivamente no mundo objetivo, na realidade exterior dos homens.
 
c) Podemos dizer que a reflexão filosófica é o pensamento interrogando a si mesmo.
 
d) A reflexão filosófica é questionamento, "por quê?", "o quê?" e "para quê?".
 
e) A crítica faz parte do processo de reflexão filosófica.
GABARITO
1-A
2-D
3-A
4-B
5-B
6-C
7-B
8-C
9-E
10-A
11-D
12-B
13-A
14-D
15-C
16-B
17-E
18-A
19-C
20-A
21-A
22-A
23-B
24-E
25-E
26-B

2º ANO SIMULADO DE FILOSOFIA. QUESTÕES DE 1 A 26 GABARITO NO FINAL

QUESTÃO 01
 
O sujeito ético-moral é somente aquele que preencher os seguintes requisitos:
 
A) ser consciente de si, mas não precisa reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a si
 
B) saber o que faz, conhecer as causas e os fins de sua ação, o significado de suas intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais
 
C) não precisa controlar interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões, deixando-as fluir livremente
 
D) dizer o que as coisas são, como são e por que são. Enunciar, pois, juízos de fato
 
E) ser responsável, mas não precisa reconhecer-se como autor da sua própria ação nem avaliar os efeitos e as consequências dela sobre si e sobre os outros
 

QUESTÃO – 02
 
Quando examinamos as virtudes definidas pelo cristianismo, descobrimos que, embora as aristotélicas não sejam afastadas, deixam de ser as mais relevantes. O quadro cristão de virtudes e vícios pode ser assim resumido: 
1. Virtudes cardeais: gula, avareza, preguiça, luxúria, cólera, inveja e orgulho
 
2. Pecados capitais: gula, avareza, preguiça, luxúria, cólera, inveja e orgulho
 
3. Virtudes morais: fé, esperança, caridade
 
4. Virtudes teologais: fé, esperança, caridade Estão corretas apenas as afirmativas:
 
A) 1, 3 e 4
 
B) 1, 2 e 3
 
C) 2, 3 e 4
 
D) 3 e 4
 
E) 2 e 4
 
QUESTÃO – 03
 
Quais auxílios divinos sem, os quais, a vida ética - na Idade Média - seria impossível?
 
1. Aos humanos, cabe ignorar a vontade e a lei de Deus, cumprindo somente as leis humanas
 
2. Considerar que o ser humano é, em si mesmo e por si mesmo, incapaz de realizar o bem e as virtudes. Tal concepção leva a introduzir uma nova ideia na moral: a ideia do dever
 
3. Por meio da revelação, somente aos reis e governantes Deus tornou sua vontade e sua lei manifestas aos seres humanos, definindo eternamente o bem e o mal, a virtude e o vício, a felicidade e a infelicidade, a salvação e o castigo
 
4. Deve-se obedecer, obrigatoriamente e sem exceção, à lei divina revelada São corretas apenas os auxílios
 
A) 1, 3 e 4
 
B) 1, 2 e 3
 
C) 2, 3 e 4
 
D) 3 e 4
 
E) 2 e 4
 
QUESTÃO 04

39) O estoicismo, que desde o seu início propôs ao homem submeter sua conduta a uma razão correta, mesmo que isso lhe trouxesse sofrimento e dor, tem um histórico de seguidores que desde a antiguidade exaltam as virtudes dessa proposta filosófica. Das afirmativas abaixo sobre essa linha filosófica, apenas uma é falsa. Assinale-a:
 
a) A felicidade é entendida como estabilidade e segurança.
 
b) O homem deve viver de acordo com a lei racional da natureza e sentir-se indiferente em relação a tudo que é externo ao ser.
 
c) Defender e exaltar a ética e a virtude pela virtude - fazer o bem porque isso é bom e resulta em coisas melhores.
 
d) Defender a busca incansável do prazer de realizar coisas boas e desfrutá-las.
 
QUESTÃO 05

A Ética, como área de investigação filosófica, possui categorias, problemas e métodos próprios que a caracterizam como uma área de saber autônoma. Marque a alternativa FALSA em relação a uma caracterização adequada da ética como disciplina filosófica.
 
a) "A ética é indiretamente normativa, na medida em que sua atividade reflexiva não visa orientar os indivíduos em ações concretas em casos concretos, mas refletir sobre as diferentes morais e as diferentes maneiras de justificar racionalmente a vida moral, ou seja, orienta o agir de forma indireta".
 
b) "A ética é um saber essencialmente normativo, ou seja, pretende orientar as ações dos seres humanos. Daí porque a ética, como área da filosofia, tem uma incidência imediata na vida cotidiana, não podendo se furtar a uma normatividade direta, apontando as regras para o agir de cada um individualmente".
 
c) "A tarefa da ética é esclarecer reflexivamente o campo da moral, explicando o fenômeno da moralidade, dando conta racionalmente dessa dimensão humana, sem reduzi-la a seus componentes psicológicos, sociológicos e econômicos, dentre outros".
 
d) "A ética não permanece neutra diante de diferentes códigos morais que existiram ou existem. A neutralidade não é própria dos métodos e objetivos próprios da investigação ética, mas ela não pode nos levar a recomendar um único código moral como racionalmente preferível. Em função da complexidade do fenômeno moral e da pluralidade dos modelos de racionalidade e de métodos e enfoques filosóficos, o resultado da investigação ética tem que ser necessariamente plural e aberto".
 
e) "A Metaética, como parte da investigação ética, é uma metalinguagem que se ocupa em esclarecer os problemas linguísticos e epistemológicos da ética, ou seja, busca discernir a cientificidade, suficiência, aspectos formais, a situação epistemológica, etc., da linguagem ética".
QUESTÃO 06

Um dos problemas centrais da Ética como disciplina filosófica é a fundamentação da moral. Sobre essa questão, marque a alternativa FALSA.
 
a) "As teorias éticas são, ao final das contas, esforços de investigação da possibilidade de fundamentação da moral, e em que medida disso ela é tal, ou seja, apontar uma forma racional, dar razões para a moralidade. Entretanto, isso não significa dizer que toda teoria ética aponte a razão como fundamento da moralidade".
 
b) "O cientificismo não recusa uma fundamentação racional para a moral, pois prescreve que não há uma separação entre fatos e valores. A neutralidade axiológica própria da ciência, conforme Max Weber, permite que os valores possam ser captados na sua objetividade".
 
c) "Na perspectiva do racionalismo crítico de K. Popper e H. Albert, qualquer esforço de fundamentação última da ética vai fracassar porque termina por cair no Trilema de Münchaussen (Regresso infinito, Círculo lógico e Decisionismo). Para eles, essa impossibilidade da fundamentação última da moral faz com que esta seja, ao final, ancorada no dogmatismo que encobre a decisão de colocar um princípio arquimédico imune a toda crítica".
 
d) "O pensamento débil ou pós-moderno rejeita a possibilidade de fundamentar a moral porque considera que a tradição filosófica foi vítima de um engano centrado na epistemologia. Não é possível uma razão totalizante, que forneça uma metanarrativa que integre os diversos aspectos do real. A razão é frágil, débil, própria da finitude de nossa condição. Valores éticos universais são formas de mascaramento da vontade de poder totalizante".
 
e) "O etnocentrismo ético defende que só podemos justificar uma decisão moral para aqueles que compartilham uma determinada forma de vida, porque só eles podem nos entender. Além disso, a objetividade da moral como uma verdade universal acima das contingências históricas e geográficas é uma forma de encantamento que dificulta o consenso social de nossas sociedades democratas liberais".
 
QUESTÃO 07
A crise ecológica se tornou um problema fundamental da vida social, política e moral contemporânea, obrigando a reflexão humana alçar o voo para questões antes intocadas pela tematização filosófica e passando a incluir novas abordagens éticas. Sobre as relações entre ética filosófica e ecologia, encontramos as seguintes afirmações: 
I. "O que se chama ética, tanto quanto normas, leis e ordenamentos sociais de todo tipo, revela o quanto é dramático lidar com as diferenças e os interesses, suprir necessidades e, ao mesmo tempo, instituir uma vida de não-violência, ou seja, a sociabilidade do humanus. Tal situação nunca prescindiu do que se chama natureza ou ambiente, pois não há vida humana sem habitat, sem ecologia, ou seja, relações e condições biológicas, alimentares, culturais, políticas, religiosas, econômicas, ...".
 
II. "Ética ambiental é um campo relativamente novo da Ética filosófica preocupada em descrever os valores possuídos pelo mundo natural não-humano e em prescrever uma resposta ética apropriada para assegurar a preservação e restauração desses valores. Essa preocupação urgente origina-se especialmente em função das ameaças à natureza postas em grande escala pelos humanos".
 
III. "A maior parte da reflexão filosófico-ambiental contemporânea é marcada pela leitura da história da ética como uma história de ampliação crescente do respeito moral, ou seja, de estender a consideração moral aos animais, plantas, espécies, ecossistemas e à própria Terra".
 
IV. "Uma ética com consideração forte pela ecologia não exige para sua formulação qualquer alteração do paradigma cartesiano-baconiano que demarcou a dominação do homem sobre a natureza e que permitiu a aquele o progresso científico-tecnológico que alargou o conhecimento dos seres e ambientes".
 
V. "O planejamento e administração hoje não podem mais suprimir a base ambiental e o modus civilizatório, assim como não poderão mais prescindir de uma ética do futuro. (...) As éticas anteriores não contemplaram a dinâmica de mutação e a exclusão inerentes à sociedade tecnoindustrial. Tem seus parâmetros inócuos e, muitas vezes, trazem em seu bojo as disposições profundas dos riscos da razão instrumental e egológica hegemônica. São por vezes éticas individualizadas e que não conseguem pensar os sujeitos e os objetos não-humanos, ou pensar a longo prazo, ou ainda pensar a globalização como ela se impõe hoje".
 
Marque a alternativa FALSA no tocante a uma caracterização pertinente da tematização da crise ecológica pela ética filosófica.
 
a) Todas as afirmações são falsas.
 
b) A afirmação IV é verdadeira.
 
c) Todas as afirmações são verdadeiras.
 
d) As afirmações I, II, III e V são verdadeiras.
 
e) As afirmações I, II, III e IV são verdadeiras.
 
QUESTÃO 08
O século XX testemunhou uma ampliação notável do campo da moralidade ao incluir entre o rol de objetos de consideração ética os animais. A ética animal se tornou objeto de debate filosófico significativo. Sobre essa temática, analise as considerações abaixo: 
I. "O modo correto de entender o lugar dos animais, e que tem sido corrente por séculos, possui diversas fontes, incluindo o pensamento judaico-cristão e argumentos de diferentes filósofos. Todos compartilham a posição de que a natureza e os animais existem para ser de usufruto do homem, instrumentos para ação humana. O animal é um recurso que humanos podem dispor naquilo que eles se adequam: um animal é comida, alimento ou objeto para brincadeiras - algo que tem valor apenas instrumental".
 
II. "O movimento de libertação animal argumenta que existe, na verdade, uma tirania do humano sobre animais não-humanos. Essa tirania causou e ainda causa hoje uma quantidade de dor e sofrimento que só pode ser comparado com aquela que resultou dos séculos de tirania dos homens brancos sobre os homens negros".
 
III. "Muitas organizações estabelecidas de proteção aos animais são ainda consistentes com a perspectiva tradicional da prioridade do interesse humano sobre o dos animais não-humanos, ao se oporem ao sofrimento dos animais somente quando fosse gratuito ou arbitrário. Para o movimento da libertação animal, tal visão é, na verdade, ainda uma forma de "especismo". Eles arguem que todos os seres sencientes tem interesses, e que devemos dar igual consideração a seus interesses, sem olhar se são membros de nossa espécie ou de outras espécies".
 
IV. "Em qualquer exploração séria sobre valores ambientais ou dos animais, uma questão central será se existe alguma coisa que, para além dos seres humanos, tem valor intrínseco. As reflexões éticas desenvolvidas por ecologistas e defensores dos animais se voltam justamente para esse problema, sustentando que seres sencientes são merecedores de algum grau de respeito ou consideração moral por serem portadores de valor intrínseco - embora alguns teóricos busquem estender o valor intrínseco para além dos seres sencientes".
 
V. "A partir do princípio da sensibilidade [senciência], a ética reconhece o direito ao respeito moral a todos os seres capazes dos sentimentos de dor e prazer. Não podemos argumentar sobre o valor moral dos animais a partir do que eles não podem ter: raciocínio e fala. Essa constatação nos ajuda simplesmente a afirmar que eles não são seres humanos; isso nada afirma dos animais, só nega; a negação está certa: os animais não pensam e não falam. Mas o que os define? A resposta é: eles são seres sensíveis à dor e ao prazer. A sensibilidade é essencial para o animal como a razão o é para o homem".
 
Com base nas considerações acima, marque a alternativa FALSA no tocante a uma caracterização consistente da posição pró-ativa a uma ética animal.
 
a) As afirmações I, IV e V são falsas.
 
b) Todas as afirmações são verdadeiras.
 
c) As afirmações II e III são falsas.
 
d) A afirmação I é verdadeira.
 
e) Todas as afirmações são falsas.
 

QUESTÃO 09
Sabemos hoje que a política faz parte das nossas vidas. Aristóteles afirmava que "o homem é por natureza um animal político". 
Com a afirmação o filósofo pretendia ensinar que:
 
a. ( ) o ser humano necessita das instâncias políticas para sobreviver em segurança.
 
b. (  ) o ser humano tem necessidade de viver com os seus semelhantes.
 
c. ( ) os filósofos, apesar de humanos, deveriam governar as cidades, pois sábios e justos.
 
d. ( ) os atrativos pelo poder são naturais e inerentes ao ser humano, animal político.
 
e. ( ) a política envolve relacionamentos humanos e a necessidade de controles sociais.
 
QUESTÃO 10
Com relação à Filosofia Medieval, é correto afirmar: 
a. ( ) Buscava fundamentar a razão através da fé.
 
b. (  ) Foi marcada pelo dualismo entre fé e razão.
 
c. ( ) Comprovava que a existência de Deus somente poderia ser comprovada pela fé.
 
d. ( ) Condenava a punição dos cidadãos, pois eram imagem e semelhança de Deus.
 
e. ( ) Identificava a incompatibilidade entre fé e razão na busca do conhecimento.
QUESTÃO 11 

Sobre a filosofia Escolástica, pensamento desenvolvido entre os séculos IX e XV, é correto afirmar:
 
a. ( ) Os escolásticos tentavam eliminar da filosofia as influências dos pensadores gregos.
 
b. ( ) Os textos bíblicos fundamentavam as reflexões filosóficas dos escolásticos.
 
c. ( ) Os escolásticos priorizavam nas escolas monacais os métodos elaborados por Platão.
 
d. (  ) Seus filósofos se preocupavam em elaborar uma filosofia cristã.
 
e. ( ) Preocupados com os conhecimentos teológicos, os escolásticos menosprezavam as artes liberais.
QUESTÃO 12

Para Heidegger "a essência do ser-aí reside em sua existência, isto é, no fato de ultrapassar, de transcender, de ser originariamente ser-no-mundo". Assinale a alternativa que expressa o pensamento de "existência humana" do autor:
 
a) O fim das ações humanas (individuais e coletivas) consiste na busca da felicidade através do exercício da virtude.
 
b) A existência não é uma das divisões do ser humano e não se opõe a essência.
 
c) Enquanto os entes (ser que existe) são fechados em seu universo circundante, o homem é, graças a linguagem, o ser.
 
d) A essência precede a existência e a liberdade é a existência do homem
QUESTÃO 14

Filósofo, matemático e fisiologista, o francês René Descartes é considerado o pai da matemática e da filosofia moderna. Em 1637, publica três pequenos tratados científicos: A Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria, mas o prefácio dessas obras é que faz seu futuro reconhecimento: o Discurso sobre o método. O propósito inicial era encontrar um método seguro que o conduzisse a verdade indubitável. Assinale a opção correta quanto as quatro regras básicas do método.
 
A) 1º Da dúvida/evidência / 2º Da divisão/simplificação / 3º Revisão/exatidão/ 4º Do ordenamento/enumeração
 
B) 1º Princípio: Da dúvida/evidência / 2° consistia em dividir cada uma das dificuldades que examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para melhor as resolver. 3º Princípio: do ordenamento/enumeração / 4° consistia em fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir.
 
C) 1° Nunca aceitar coisa alguma por verdadeira, sem que a conhecesse evidentemente como tal/ 2° consistia em conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais complexos, não deixando de supor certa ordem entre aqueles que não se sucedem naturalmente uns aos outros/ 3º Princípio: Da divisão/simplificação / 4º Princípio: Revisão/exatidão.
 
D) 1° Consistia em fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir / 2º Da divisão/simplificação / 3º Revisão/exatidão / 4° consistia em conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais complexos, não deixando de supor certa ordem entre aqueles que não se sucedem naturalmente uns aos outros.
 
E) 1º Da dúvida/evidência/ 2° consistia em dividir cada uma das dificuldades que examinava em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para melhor as resolver/ 3º Da divisão/simplificação / 4º Do ordenamento/enumeração.
 
QUESTÃO 15
No texto: 
"(...) por "democracia" se entende um conjunto de regras (as chamadas regras do jogo) que consentem a mais ampla e segura participação da maior parte dos cidadãos, em forma direta ou indireta, nas decisões que interessam à toda a coletividade."
 
BOBBIO, Norberto. Qual socialismo? - discussões de uma alternativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. P. 55-6.
 
Tendo em vista os assuntos abordados no texto, bem como as noções de democracia e política, assinale a opção correta.
 
A) Na democracia grega, há três pilares: igualdade, liberdade e participação.
 
B) Na democracia, o cidadão não perde o poder, apenas o transfere provisória e rotativamente aos seus representantes, além de que não perde o direito - e o dever - da participação ativa, inclusive de discordar e criticar.
 
C) Em uma democracia social, embora as pessoas sejam diferentes e participem de grupos diversos, ninguém pode ser discriminado devido às suas posses, ao gênero ou à etnia a que pertence, à sua crença ou à orientação sexual.
 
D) A democracia brasileira é direta e não representativa. No entanto, o plebiscito, o referendo e os projetos de iniciativa popular são institutos que oferecem oportunidades de menor participação da sociedade civil.
 
E) No século V a.C, a escolha dos políticos era feita por sorteio, para que qualquer um pudesse ser alternadamente "governante e governado", sendo portanto uma democracia direta.
 
QUESTÃO 16

A respeito da relação entre livre-arbítrio, determinismo e liberdade situada, assinale a opção incorreta. 
A) Na Grécia Antiga, a liberdade era exercida na vida publica, no espaço da polis, em que os cidadãos livres faziam política.
 
B) O mundo explicado pelo determinismo é o da contingência, ou seja, o que pode ser de um jeito ou de outro, e não o da necessidade.
 
C) A noção de livre arbítrio permaneceu na história, principalmente na tradição cristã, influenciando pensadores da filosofia moderna como Descartes e Kant.
 
D) Na liberdade situada reconhecemos como seres determinados mas igualmente livres, ou seja, a liberdade é construída na ação, na pratica, conforme os desafios que se apresentam
 
E) Livre arbítrio é a faculdade que tem o individuo de determinar, com base em sua consciência apenas, a sua própria conduta.
 

QUESTÃO 17
Ao examinarmos o pensamento filosófico dos antigos, veremos que nele a ética afirma alguns princípios da vida moral. Em relação aos princípios, é incorreto afirmar que: 
A) Nenhuma das alternativas abaixo
 
B) A virtude é uma excelência alcançada pelo caráter.
 
C) A conduta ética é aquela na qual a gente sabe o que está e o que não está em seu poder realizar
 
D) Não se pode deixar arrastar pelas circunstancias nem pelos instintos
 
E) Pela conduta virtuosa alcançamos o bem e a felicidade
QUESTÃO 18 
Ao pensar em como a coação poderia contribuir para a liberdade, Kant estabeleceu um imperativo no sentido de que a restrição da liberdade de cada indivíduo se harmonizasse com a liberdade de todos os outros, segundo uma lei universal da liberdade. Esse imperativo é o 
A) categórico da ética, que é hipotético.
 
B) do direito.
 
C) da moral, que é hipotético e categórico ao mesmo tempo.
 
D) da coisa em si.
 
QUESTÃO 19
A filosofia patrística (Século I ao Século VII d.C.) refere-se à predominância do pensamento cristão em relação à tradição de pensamento antigo. Os filósofos desse período introduziram novas concepções à medida que intencionavam defender a evangelização e a própria religião cristã. Desse modo, uma das concepções trazidas por eles foi a ideia de 
A) um Deus Demiurgo (artífice) responsável pela criação e manipulação da realidade.
 
B) criação a partir do nada, contradizendo a visão da antiguidade que supunha a geração de todas as coisas.
 
C) divindade representando a potencialização das virtudes humanas, apresentando-se como modelo de perfeição.
 
D) livre arbítrio possibilitando entender a vontade de Deus como semelhante à vontade dos homens.
 
QUESTÃO 20
Sobre a Filosofia Contemporânea, quais correntes filosóficas NÃO correspondem a esse período? 
a) Idealismo de Hegel; Positivismo de Comte.
 
b) Racionalismo Cartesiano; Empirismo de Francis Bacon.
 
c) Pragmatismo de Charles S. Peirce; Neokantismo de Hermann Cohen.
 
d) Fenomenologia de Husserl; Martin Haidegger.
 
e) Marxismo de Gramsci; Estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
QUESTÃO 21 

"Moral (mos, moris, "costume"): conjunto de normas livre e conscientemente adotadas que visam a organizar as relações das pessoas na sociedade, tendo em vista o bem e o mal; conjunto dos costumes e valores de uma sociedade, com caráter normativo (regras do comportamento das pessoas em grupo)".
 
(ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003). Sobre a moral, é CORRETO afirmar que:
 
a) o estudo da moral deixa de ser uma questão de cunho filosófico passando a ser objeto de estudo da teologia.
 
b) a moral não estabelece regras para a vivência em sociedade.
 
c) a moral se reduz a um conjunto de normas, regras e valores que são adquiridas através da herança e recebidas pela tradição.
 
d) através da reflexão crítica, o sujeito tende a colocar a moral e os valores vigentes em questão, questionando-os e criticando-os.
 
e) não é possível compreender a moral através do seu caráter histórico e social, pois a ideia de moral sempre foi a mesma ao longo do tempo histórico.
 
QUESTÃO 22
"Ética (ethos, "costume"): parte da Filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral" (ARANHA, Maria L. de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003). De acordo com Aranha, sobre os conceitos de ética e moral é INCORRETO afirmar que: 
a) a moral se refere às regras de comportamento aceitas em determinada época, sendo o sujeito moral aquele que age bem ou mal, na medida em que ataca e transgride as regras morais.
 
b) apesar de serem usados como sinônimos, os conceitos de moral e ética são diferentes.
 
c) a ética se preocupa com a reflexão sobre os princípios e noções que alicerçam a vida moral.
 
d) a ética também é conhecida como filosofia moral.
 
e) os conceitos de moral e ética dizem respeito à mesma ideia, pois não apresentam nenhuma diferença.
 
QUESTÃO 23

Em relação à filosofia moral, é INCORRETO afirmar que: 
a) uma ação amoral é considerada como uma ação idêntica à ação moral.
 
b) a moral apresenta um caráter pessoal, sendo assim, pode ser subjetiva.
 
c) os aspectos normativos da moral são as normas de ação, as regras que enunciam o "deve ser".
 
d) o ato moral é constituído pelos aspectos normativos e factuais.
 
e) a moral apresenta um caráter social.
 

QUESTÃO 24

A Filosofia Contemporânea, formada a partir do século XIX, apresenta novos objetos a serem discutidos. Das alternativas abaixo, qual NÃO corresponde ao período da Filosofia Contemporânea? 
a) Patrística e Escolástica.
 
b) História e progresso.
 
c) A cultura.
 
d) Ciências e técnicas.
 
e) Ideais políticos revolucionários.
 

QUESTÃO 25
Sobre as concepções éticas, é INCORRETO afirmar que: 
a) a moral iluminista defendia a formação de uma moral religiosa.
 
b) para Kant, o agir moralmente se funda na razão.
 
c) para Karl Marx, apenas em sociedades fraternas é possível o surgimento de uma moral autêntica.
 
d) Nietzsche critica toda a moral fundada pela razão.
 
e) com os iluministas, a moral se torna laica, secularizada.
 

GABARITO
1-B
2-E
3-E
4-D
5-B
6-B
7-B
8-D
9-B
10B
11-D
12-C
13-E
14-B
15-D
16-B
17-A
18-B
19-B
20-B
21-D
22-E
23-A
24-A
25-A